Greve só termina com
publicação no Diário Oficial, diz associação.
Caminhoneiros
autônomos realizam o terceiro dia de protesto na BR 101, na altura do Trevo de
Manilha, sentido Rio de Janeiro (RJ). Os motoristas organizam a paralisação
contra o aumento do preço do combustível – 23/05/2018
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam),
que lidera a paralisação dos profissionais autônomos em todo o país,
afirmou na manhã desta quinta-feira, 24, que ficou decidido, em reunião
com as lideranças do movimento, que a greve só será suspensa com a publicação
no Diário Oficial da decisão do governo de zerar a alíquota das
contribuições PIS/Cofins e Cide para o diesel.
Na noite desta quarta-feira, a Câmara dos
Deputados, em votação simbólica, aprovou o projeto que reduz a desoneração da
folha de pagamento para alguns setores da economia.
A proposta aprovada também prevê zerar, até o final
deste ano, o PIS-Cofins que incide sobre o diesel. A medida foi incluída no
texto como um aceno aos caminhoneiros, que paralisaram as atividades em todo o país em protesto contra a alta no
preço dos combustíveis.
O texto segue agora ao Senado.
A aprovação da reoneração fazia parte de um acordo
entre Congresso e Planalto para a redução do preço dos combustíveis.
A ideia era usar a arrecadação adicional com o fim
da desoneração para compensar a eliminação da Cide, um dos tributos que incide sobre o diesel. O
governo, porém, era contra zerar o PIS-Cofins, já que considera que, com a nova
isenção, “a conta não fecha”.
Na noite desta quarta-feira, horas depois do
encontro frustrado em Brasília, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou que a estatal
vai diminuir em 10% o preço do óleo diesel nas refinarias pelos próximos 15 dias.
Parente classificou a medida como um “gesto de boa
vontade” no momento em que é necessária uma “trégua” – e não por pressão do
governo e dos grevistas.
A greve dos caminhoneiros entrou no seu quarto dia
nesta quinta-feira e atinge o abastecimento de combustíveis, alimentos e paralisou
parte do transporte público na cidade de São Paulo e no Rio de Janeiro.
Os caminhoneiros protestam contra o aumento de
preço do diesel, reflexo da nova política de reajuste de combustíveis da
Petrobras, que acumula alta de 56,5%
na refinaria desde 3 de julho do ano passado.
©
Folhapress.
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