Revolução contra a depressão.
Usada originalmente como anestésico, a ketamina trata os
sintomas mais graves em duas horas. É considerada o maior avanço contra a
doença desde o Prozac.
Um anestésico usado desde a década de 1960 é a grande aposta da
medicina no tratamento da depressão. Na maior parte dos estudos realizados até
agora, a ketamina tirou os pacientes de crises graves com rapidez
impressionante.
A última das pesquisas, feita sob o comando do Instituto
Nacional de Saúde (NIH), dos Estados UNidos, revelou que em apenas duas horas a
droga reduz sinais graves, como ideias suicidas, e atinge o pico em 24 horas.
As medicações tradicionais demoram em média quinze dias para
sutir efeito. Por isso, a Ketamina é considerada a maior revolução contra a
enfermidade desde o Prozac, lançado
em 1986.
Por enquanto, o remédio, que existe nas versões oral,
intravenosa, nasal e subcutânea, não foi liberado para uso como antidepressivo
por agências regulatórias, incluindo a brasileira.
Essa indicação é considerada off-label (fora da indicação
original). No entanto, uma de suas derivações, a esketamina, já recebeu, nos
EUA, o status de “breakthrough therapy” para uso em indivíduos com risco
iminente de suicídio.
A classificação significa que, nesses casos, a droga pode ser
oficialmente indicada.”Queremos regulamentar seu uso”, escreveu Carlos Zarate,
coordenador do levantamento do NIH. “Ela é uma mudança de paradigma.”
Nesse momento, a droga é estudada em centros do mundo todo, como
no Warneford Hospital, na Inglaterra, onde mais de 40% dos participantes
melhoraram de forma significativa.
No Brasil, uma das instituições a pesquisá-la é a Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp).
Os resultados observados são bem animadores. “É uma grande
mudança”, afirma o psiquiatra José Alberto del Porto, professor da Unifesp.
“Não tínhamos nada parecido.”
Alguns médicos, tanto aqui quanto em outros países, também estão
receitando o remédio mesmo fora dos estudos clínicos.
Desde que haja supervisão médica rigorosa, não há problemas
nisso.
Há, porém, questões a serem esclarecidas. Entre elas, os efeitos
da utilização da ketamina a longo prazo e o risco de dependência que isso pode
trazer.
Revista
ISTOÉ online.
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