terça-feira, 27 de fevereiro de 2018


Inteligência artificial “lê a mente” e reproduz imagens que estão no cérebro.
Isso é muito Black Mirror
Psicólogos da Universidade de Toronto, no Canadá, criaram um mecanismo de inteligência artificial que pode, em suma, ler nossas mentes com uma taxa de acerto assustadora.
O algoritmo é capaz de recriar imagens vistas por humanos baseado em suas atividades cerebrais, captadas por eletrodos.
Para chegar nesse resultado, o time de pesquisadores começou a alimentar a rede neural com um número imenso de fotografias de rostos, ensinando-a a reconhecer características e padrões.
A partir disso, o próximo passo foi ensinar a associar essas características com padrões de atividade cerebral gravadas nos eletroencefalogramas, enquanto pessoas observavam os rostos que a máquina tinha aprendido.
“Quando vemos algo, nosso cérebro cria uma percepção mental, que é praticamente uma impressão daquilo”, afirmou Dan Nemrodov.
“Usamos o eletroencefalograma para conseguir uma ilustração direta do que está acontecendo no cérebro durante o processo”, completou.
Voluntários no experimento tiveram os sensores acoplados a eles antes de enxergarem as imagens de rostos. Neste momento, a inteligência artificial foi capaz de reconstruir faces utilizando a informação lida pelos sensores com uma taxa de acerto assustadora.
“Não houve apenas uma reconstrução da percepção, mas também do que a pessoa imaginava e lembrava, daquilo que elas queriam expressar”, complementou Adrian Nestor, coautor do estudo.
A equipe espera que a descoberta possibilite aplicações práticas no futuro, como o auxílio a pessoas que não se comunicam verbalmente.
Uma outra possibilidade um pouco mais Black Mirror é combater o crime, coletando informação de testemunhas para identificar possíveis suspeitos – em vez de simplesmente confiar em descrições verbais.
Exatamente como o episódio “Crocodile”, da quarta temporada da série, na qual uma investigadora de seguros interroga pessoas com uma máquina que reconhece memórias.
A pesquisa completa foi publicada no periódico eNeuro.
Por Lucas Baranyi. (Netflix/Reprodução)
Editora ABRIL. Revista.
               

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