Descubra como lidar com o medo no trabalho.
Dá para aprender a lidar com o receio de ser mandado embora ou
de não cumprir metas.
Em períodos de demissão em alta, é comum encontrar profissionais
apreensivos com o trabalho. Há quem tema não cumprir metas, disputar espaço com
um profissional mais jovem e arrojado ou perder o emprego porque o cargo pode
ser extinto.
Algumas situações, como o chefe que mantém a sala aberta e, de
repente, chama alguém para conversar a portas fechadas, tendem a aumentar o
receio.
O problema é quando esse sentimento gera tanta insegurança que
paralisa. “O risco é virar uma ideia obsessiva e atrapalhar o rendimento”,
afirma Christiano Moreno, consultor de recursos humanos e professor de
liderança e gestão na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo.
“Por conta da pressão social e familiar, temos medo de perder,
de uma hora para outra, tudo o que construímos.”
Nesses casos, a solução é buscar ajuda, conversando com alguém
de confiança. Uma boa época para colocar as cartas na mesa é a do feedforward,
em que o líder passa orientações para o aperfeiçoamento do liderado.
“Esses contatos são cada vez mais frequentes e abertos ao
diálogo”, diz Moreno.
É importante
compreender também se o medo é imaginário ou real, investigando se suas emoções
são embasadas em fatos ou boatos. “Procure controlar a ansiedade e conversar
com o chefe”, diz a psicóloga Adriana Prates, presidente da Dasein Executive
Search, de Minas Gerais.
“Talvez ele
não possa falar abertamente, mas dará pistas.”
Vivendo o risco
À medida que crescemos, acumulamos vários medos: de receber
críticas, da rejeição dos colegas, de não bater metas. “É importante voltar o
foco para seus pontos fortes e entender que os temores podem ser fonte de
crescimento”, afirma André Franco, especialista em estratégias comportamentais
de alto desempenho.
“Ninguém cresce na zona de conforto. É necessário alguma
inquietação para que isso aconteça.”
Para usar o
medo a seu favor, vale a pena conhecer as causas dele. “Quem tem receio de
tirar férias precisa avaliar se está sentindo isso porque deixou de entregar os
resultados que deveria.”
Já a preocupação excessiva com o desemprego pode embutir a
inquietação por perder a influência e o sobrenome corporativo. Isso acontece
especialmente com quem se apega à profissão em detrimento da vida pessoal.
“Quem não tem amigos, sente mais o impacto”, afirma Adriana
Prates. “Ao mesmo tempo, pode ser a chance de olhar ao redor e perceber novos
valores.”
Manter-se visível ao mercado é outra estratégia que traz
segurança. “Experimente dar palestras sobre um assunto que você conhece bem e
busque aprender sobre o que não domina”, aconselha Adriana.
E lembre-se: altos e baixos, erros e acertos fazem parta da
trajetória profissional.
Saiba equilibrar as emoções
Consultores dão sete dicas para atravessar os momentos de
turbulência com mais tranquilidade
1. Analise seus sonhos,
paixões e ambições. Teste novas atividades que podem ajudar a arejar a mente e
descobrir gostos.
2. Pesquise e ouça
histórias de pessoas que passaram por situação semelhante e tire lições delas.
Procure trocar experiências e pedir ajuda.
3. Trace pequenos planos no
papel, com caminhos possíveis e ações para o caso de algo dar errado.
4. Evite a ideia fixa do
emprego perfeito.
5. Enxergue o medo não como
um inimigo, mas um aliado – é sinal de que algo o incomoda e precisa ser
avaliado.
6. Converse com amigos,
familiares, profissionais que podem ajudá-lo a elencar seus pontos fortes.
7. Acredite mais na sua
capacidade de realizar – isso reduz o medo e eleva a autoestima.
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