Especialmente no verão, algumas cidades brasileiras
sofrem bastante com casos de enchente e chuva com raios.
Nesses dias, é importante que o motorista redobre a
atenção no trânsito e, de preferência, não use o automóvel.
Se não for possível, ele pode seguir algumas dicas
para não prejudicar o veículo e ainda preservar a cobertura da seguradora.
“Em dias chuvosos, o ideal é evitar os locais já
conhecidos por alagamentos. Também é indicado checar o noticiário antes de sair
de casa ou do trabalho com o carro e procurar rotas alternativas”,
explicou Lilian Tabanez, supervisora da área de sinistros de automóvel da AD Corretora
de Seguros em entrevista ao Garagem 360.
Caso o motorista seja surpreendido pelo excesso de
chuva, a especialista recomenda que ele mantenha o veículo parado no
local alto até que a água baixe, além de nunca tentar cruzar áreas inundadas.
Quando a enchente passar, será preciso chamar um
guincho e rebocar o modelo até uma oficina especializada.
“Se o motor desligar durante a travessia de uma
lâmina de água, não se deve tentar dar a partida. Isso é recomendado porque se
os terminais do motor de partida estiverem imersos, ocorrerá curto-circuito nos
sistemas elétrico e eletrônico do automóvel.
Esse processo gera um grande prejuízo e também é
bastante perigoso”, garantiu Celso Argachoy, professor de engenharia mecânica
do Instituto Mauá de Tecnologia, em uma conversa com a reportagem do Garagem
360.
Ele ainda destaca que o veículo não deve ser ligado
caso os sistemas de escapamento e admissão de ar estejam submersos.
“Nesta outra situação, com o desligamento, a água
pode ter penetrado no motor. Ao tentar dar a partida, ocorrerá o chamado ‘calço
hidráulico’, que é quando o pistão tenta comprimir água ao invés de ar.
Isso
compromete seriamente o propulsor”, afirmou.
Cobertura do seguro
Na hora de contratar um seguro veicular, o
motorista deve ficar atento ao tipo de proteção oferecido em situações de
alagamentos e enchentes.
As principais empresas do ramo têm este tipo de
cobertura, entretanto, vale verificar a cláusula que indica o agravamento de
risco feito pelo segurado. As ações indicadas nela comprometem o pagamento.
“O consumidor perde a proteção nos casos
em que ficarem comprovados que ele agravou o risco. Um exemplo disso é não
esperar a água baixar e tentar atravessar com o veículo em local inundado”,
afirmou Lilian.
Raios e fios elétricos
Em dias de muita chuva, o motorista também precisa
ficar atento à quantidade de raios e cabos elétricos danificados. “Para evitar
problemas, o melhor a fazer é ficar dentro do carro e com as janelas
fechadas.
Pois se ele for atingido por um raio ou fio de
energia solto, as cargas elétricas irão se espalhar por sua superfície metálica
externa sem ameaçar os ocupantes”, disse João Carlos Lopes, professor de
engenharia elétrica também do Instituto de Tecnologia Mauá.
Ele ainda afirmou que isso acontece porque os pneus
de borracha funcionam como isolantes. “Quando estão molhados, nos casos de
chuva, as cargas passam por eles e se descarregam no solo.
Por outro lado, se estiverem secos, o raio se transforma
em fagulhas que são absorvidas pelo chão.”
Se algum cabo elétrico atingir o automóvel, as
pessoas devem permanecer dentro do veículo desligado até que profissionais
especializados cheguem para desativar a eletricidade da rede.
Apesar de estarem protegidos, recomenda-se que os
passageiros não encostem nas partes metálicas do interior do modelo.
É importante frisar que pessoas de fora também não
devem tentar ajudar e nem tocar no automóvel.
Maria Beatriz Vaccari.
Foto: ChefMattRock via Visualhunt /
CC BY
© Foto: Blog do Mílton Jung via
Visualhunt / CC BY
Portal MSN.
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