Oratória focada em negociação.
No mundo dos negócios, muitas vezes existe uma falsa ideia de
que ou se nasce um bom negociador ou é melhor investir em outra atividade.
No entanto, saber negociar é uma habilidade que todas as pessoas
podem aprender, desde que se dediquem e passem a utilizar as técnicas
adequadas.
“Ok, Lívia, mas o que isso tem a ver com a oratória?” Tudo,
Speakers! A base para uma negociação eficaz é a comunicação.
Logo, ter uma boa oratória e saber se expressar de forma clara é
uma grande ajuda para ser um bom negociador.
Na nossa conversa de hoje, trouxemos algumas dicas para quem
quer aperfeiçoar a prática da negociação, que acabam sendo úteis para
praticamente todos nós, não é mesmo? Confira cada uma e veja por que negociar
pode ser bem mais fácil do que você imagina!
O que é um negociador?
Você já se fez essa pergunta, Speaker? Quando ouvimos a palavra
“negociadores”, algumas pessoas pensam imediatamente em homens e mulheres de
terno, andando pelas ruas e falando o tempo todo pelo celular.
Esse estereótipo pode até ter algo de razão, mas a verdade é que
todas as pessoas acabam sendo negociadoras em algum momento de suas vidas.
Pense bem: quando fazemos um processo seletivo para uma vaga de emprego,
por exemplo, estamos negociando, certo? Ou se vamos vender um produto para
nossos clientes, se pedimos uma promoção no trabalho, se vamos alugar algum
imóvel ou chegar a um acordo em um relacionamento...
Tudo isso é, na prática, negociar. E a oratória ajuda em todos
esses momentos. Vamos ver como?
1. Construa uma relação de confiança
Nos negócios corporativos (e até mesmo nos relacionamentos
pessoais), há uma tendência em pensar que ocultar as verdadeiras intenções é
uma boa tática, como se estivéssemos em um jogo de cartas, por exemplo.
Nessa concepção, para fazer um bom negócio é necessário blefar,
sem deixar evidente onde você quer chegar. E, assim como nos relacionamentos, é
preciso não demonstrar tanto interesse, para que o outro não deixe de nos
valorizar.
Toda essa superestima ao blefe (ou às verdades ocultas) tem sido
deixada para trás, de modo que, hoje, as chances de conseguir fechar uma
parceria comercial (ou afetiva) sendo honestos sobre nossas intenções são muito
mais altas do que a famosa “cara de pôquer”.
Segundo William Ury, um dos maiores negociadores da atualidade,
a grande aposta agora é construir, de fato, uma relação de confiança com as
outras pessoas e o primeiro passo é sermos honestos com os outros.
Nas palavras de Ury, é importante “assumir o risco de convidar o
outro a se expor”, já que, na tendência atual, as “pessoas que negociam do
velho modo não chegam a bons acordos, ou mesmo não chegam a acordo nenhum”.
Para construir uma relação de confiança, a boa oratória é uma
grande aliada. Quando falar, faça contato visual. Você confia em quem conversa
desviando o olhar?
Provavelmente, não. Além disso, procure ordenar as suas falas
com clareza, mantendo um raciocínio lógico e planejando com antecedência tudo o
que precisa falar na hora de negociar com alguém.
Algumas vezes, uma fala desordenada acaba sendo confundida com
outra cheia de estratégias e bem longe da sinceridade. Então, sempre que
possível, tente organizar o que você quer dizer na hora de negociar com alguém
e pratique.
Se necessário, escreva uma lista com as palavras-chave daquilo
que julgar essencial. Assim, você mantém a organização e garante que nada fique
para trás.
2. Não subestime as emoções (suas e das outras pessoas!)
Aqui na The Speaker costumamos falar sobre a “máscara do
corporativismo”. Essa máscara faz com que todos que estão inseridos nesse
universo corporativo sejam treinados a esconder – e até mesmo ignorar – as suas
emoções, sejam elas boas ou não.
Negociar é algo estritamente racional, certo? Para William Ury,
não. As negociações envolvem expectativas, planos, frustrações...
E, bem, tudo isso são emoções. Então, quando negociamos com
alguém, também estamos negociando com todos esses sentimentos. Por que negá-los
ou escondê-los?
Uma das dicas de Ury para sermos melhores negociadores é
justamente isso: entender que as negociações são emocionais e procurar uma
forma de saber lidar respeitosamente com as emoções dos outros e com as nossas.
Esse cuidado pode ser a chave para um bom acordo.
E onde entra a oratória nisso? Simples: quando tiramos a máscara
do corporativismo e mostramos nosso próprio rosto, temos chances maiores de nos
comunicarmos com eficácia, fazendo com que o outro entenda perfeitamente o que
estamos dizendo.
Nas negociações, não tenha medo de mostrar seu entusiasmo!
Sorria, gesticule, mantenha o bom humor. Dessa forma, além de contribuir para a
relação de confiança da qual falamos ali em cima, fará com que o outro seja
mais receptivo a você e à sua proposta!
3. Aprenda a dizer não
William Ury disse que nós, brasileiros, não sabemos dizer não.
Se alguém nos convida para um café e não estamos com vontade de ir,
dificilmente respondemos com um “não”.
Ou dizemos que sim e vamos sem vontade ou dizemos que sim, mas
acabamos desmarcando e inventando alguma desculpa depois.
Nos negócios, saber falar não é importante. Primeiro, porque
poupa tempo. Se um negociador diz que “sim, mas...”, a negociação demora.
Se diz um “não” e imediatamente explica suas razões, é mais
eficaz, além de ser mais honesto.
Na oratória, existem várias teorias sobre como dizer NÃO
educadamente. Todas elas envolvem, justamente, a honestidade.
Explique claramente os motivos pelos quais o “não” é necessário
e faça isso com bastante clareza, sem perder o equilíbrio e sem vestir a
máscara do corporativismo.
Da mesma forma, saber aceitar um “não” é fundamental. Quando o
outro te responde negativamente e esclarece os porquês, procure entendê-lo e
não tomar isso de forma ruim.
Os “nãos” fazem parte das negociações e lidar com eles é algo
que todo bom negociador deve aprender!
Foto:
Divulgação
Fonte:
www.thespeaker.com.br
Portal
TERRA.
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