sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Medo da solidão é o que mais aflige os idosos, revela pesquisa.
Uma nova pesquisa revelou que o medo da solidão é a maior preocupação dos idosos no Brasil, seguido da incapacidades desenvolvimento de doenças graves.
Um estudo realizado pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicado no ano passado, mostrou que os laços sociais construídos ao longo da vida são o que mais importa na vida de uma pessoa na terceira idade.  
O que mais te aflige na terceira idade? Doenças, incapacidade? Não. De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), em parceria com a Bayer, o maior medo do idoso brasileiro é a solidão, aí sim, seguido pela preocupação com a incapacidade de enxergar ou se locomover e o desenvolvimento de doenças graves, em terceiro lugar.
A transição demográfica, marcada pela redução das taxas de mortalidade e de natalidade, já é uma realidade que mudado o perfil da população brasileira.
Em 2015, a população com mais de 60 anos no Brasil, era de 11,9%. Estima-se que em 2050, esse número triplique para 30,5%, ultrapassando até mesmo o Canadá, que terá a marca de 30,1%, de acordo com o gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional da Longevidade Brasil.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa média de vida do brasileiro é de 77 anos, contra apenas 45,5 anos em 1940.
Esse envelhecimento geral da população demanda uma mudança de paradigma na sociedade, já que o assunto é rodeado de  preconceitos e rótulos.
“Infelizmente, não ensinaram o Brasil a envelhecer”, afirma Maisa Kairalla, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) de São Paulo.
Surpreendentemente, apesar da maioria dos brasileiros que estão na terceira idade ou perto dela refletirem a respeito de seu próprio envelhecimento, a questão assusta apenas uma pequena parcela dessa população (14%).
Ainda de acordo com o levantamento, realizado com 2 000 pessoas acima dos 55 anos, de dez capitais localizadas nas cinco regiões do país, a maioria dos entrevistados (54%) não se sente velho.
Vínculos sociais são essenciais
A socialização é um fator essencial para isso. Um estudo realizado pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicado no ano passado, mostrou que os laços sociais construídos ao longo da vida são o que mais importa na vida de uma pessoa na terceira idade, mais do que carreira, dinheiro ou educação.
Felizmente, 64% dos participantes da pesquisa afirmaram frequentar eventos sociais semanalmente.
“O idoso precisa ser autônomo, independente e praticar atividade que tragam propósito ao seu dia a dia”, diz Maísa.
Outros fatores importantes para aproveitar a terceira idade, de acordo com Kalache, são saúde, conhecimento, capital social e capital financeiro.
Ou seja, ter hábitos saudáveis, laços sociais, planejamento financeiro e estudo. Na pesquisa, 37% dos entrevistados afirmaram que vão ao médico uma vez por ano e 51% das pessoas disseram procurar atendimento mais de uma vez neste período, na tentativa de envelhecer da melhor maneira.
A alimentação saudável e prática de exercícios também é uma preocupação. Entre os entrevistados, 38% revelaram fazer atividade física de uma a duas vezes por semana.
A alimentação saudável é uma realidade na vida de 68% dos entrevistados. A saúde mental e as relações sociais também não são deixadas de lado: 76% praticam alguma atividade que desafie o cérebro, como a leitura.
Embora as doenças crônicas não sejam o fator que mais tira o sono dos idosos no Brasil, elas são uma realidade com a qual a maioria deles tem que lidar e parecem fazer isso muito bem.
Apesar de 62% deles conviverem com alguma doença e 65% fazerem uso rotineiro de medicamentos, a maioria (64%) se considera saudável.
Por Giulia Vidale. (iStock/Getty Images)
Revista VEJA online.

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