Alzheimer: remédio em formato de adesivo chega ao SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) já está disponibilizando um
adesivo transdérmico de rivastigmina, medicação utilizada para o tratamento do
Alzheimer.
Com o nome comercial Exelon Patch, o adesivo pode ser colocado
em oito regiões da pele, permitindo a absorção do remédio ao longo do dia. Esse
é o único remédio para o Alzheimer disponível em formato transdérmico.
Apesar de ter outras duas versões – em cápsula e solução oral –,
em forma de adesivo, o medicamento diminui a possibilidade de efeitos
colaterais que podem afetar o sistema digestivo, como náusea e vômito, se
comparado às opções orais.
A administração através da pele ainda garante que a dose diária
seja aplicada corretamente, facilitando a tarefa dos familiares ao cuidar do
paciente.
Como o Alzheimer não tem cura, o remédio vai precisar ser
utilizado até o fim da vida para minimizar os sintomas, por isso a versão
transdérmica oferece maior comodidade.
No Brasil, além da rivastigmina, existem outras três medicações
disponíveis para o tratamento do Alzheimer nas farmácias e na rede pública de
saúde: donepezila, galantamina e memantina, que foi integrada ao SUS no ano
passado.
Com exceção do último, todos os outros podem ser utilizados na
fase inicial da doença.
Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca a
diminuição das funções cognitivas uma vez que as células cerebrais degeneram e
morrem, causando declínio constante na função mental.
Os principais sintomas da doença são: dificuldade de memória
(especialmente de acontecimentos recentes), discurso vago durante as
conversações, demora em atividades rotineiras, esquecimento de pessoas e
lugares conhecidos, deterioração de competências sociais e imprevisibilidade
emocional.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa doença é
responsável por 60% a 70% dos casos de demência – grupo de distúrbios cerebrais
que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais.
Estima-se que 47 milhões de pessoas sofram de demência no mundo,
sendo registrados 10 milhões de novos casos anualmente.
No Brasil, o Alzheimer está entre as dez maiores causas de morte
e é um problema que afeta 1,2 milhão de pessoas.
Por ser uma doença incurável, o diagnóstico precoce pode fazer
toda diferença já que o tratamento ajuda a impedir o avanço e amenizar os
sintomas.
Funcionamento da medicação
A substância ativa do Exelon Patch é a rivastigmina, que atua no
aumento da quantidade de acetilcolina no cérebro, molécula neurotransmissora
necessária para o bom funcionamento cognitivo.
Na forma de adesivo, essa medicação possui três tamanhos: 5, 10
e 15 cm², embora apenas as duas primeiras estejam disponíveis para distribuição
no SUS.
Essa diferença de tamanho/dosagem é necessária para preparar o
corpo do paciente para o recebimento da quantidade mais alta do remédio –
considerada a mais eficiente na redução dos sintomas -, além de minimizar
qualquer possível efeito colateral.
Entre as reações adversas mais comum, que atingem mais de 10%
dos pacientes, estão: perda de apetite, dificuldade para dormir, incontinência
urinária, reações na pele na área de aplicação, sangue no vômito ou nas fezes,
desconfortos estomacais após as refeições, entre outros.
Segundo Rodrigo Rizek Schultz, presidente da Associação
Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), a principal vantagem do adesivo é a entrega da
substância ao longo do dia, geralmente mantendo o mesmo nível da rivastigmina
no organismo durante todo o período de uso.
“Quando via transdérmica, os produtos são liberados ao longo de
24 horas, evitando os picos de medicação, como acontece com os comprimidos, por
exemplo, que quando são ingeridos entregam doses altas, que vão caindo ao longo
do dia, sendo necessário fazer a reposição”, explicou. Nas versões orais, o
Exelon precisa ser tomado duas vezes ao dia.
Ele ainda comentou que pessoas idosas costumam utilizar muitas
medicações orais, portanto, o Exelon Patch oferece uma alternativa para o
paciente, diminuindo a quantidade de comprimidos ingeridos.
Aplicação
Segundo a indicação da bula, o Exelon Patch deve ser trocado a
cada 24 horas e pode ser colocado em oito regiões do corpo:
• Parte superior dos
braços esquerdo ou direito;
• Lado direito ou
esquerdo do peito;
• Parte superior das
costas, do lado esquerdo ou direito; e
• Parte inferior das
costas, do lado esquerdo ou direito.
Especialistas recomendam que o adesivo seja posto em regiões
diferentes a cada nova troca – como um tipo de ‘rodízio’ -, garantindo descanso
para a pele.
Outra orientação é que antes da aplicação a pele esteja limpa,
seca e sem pelos, além de estar livre de hidratantes ou loções que possam
interferir na aderência. Regiões da pele que tenham cortes, erupções ou
irritações devem ser evitadas.
O adesivo pode ser utilizado no banho, na piscina ou na praia,
mas é necessário certificar-se de que ele não tenha descolado depois.
Caso isso aconteça, um novo deve ser aplicado para o restante do
dia e trocado no dia seguinte, conforme o esquema habitual adotado.
© Getty Images Alzheimer
Portal MSN.
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