Pá de cal no PT.
CAIXA 2 Irregularidades na campanha de Fernando Haddad deixa
petistas sem alternativa
O depoimento do casal de marqueteiros João Santana e Mônica
Moura à Polícia Federal na terça-feira 8 deixa o PT sem alternativa para a
corrida presidencial.
No depoimento, eles confirmam que houve pagamento de caixa 2 no
valor de R$ 20 milhões na campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São
Paulo. Santana e Mônica fecharam acordo de delação premiada.
Haddad vinha sendo apontado como o plano B do PT diante da
impossibilidade da candidatura de Lula, que está preso em Curitiba e, condenado
em segunda instância, será barrado pela Lei da Ficha Limpa.
A outra alternativa que o PT cogitava, o ex-governador da Bahia
Jaques Wagner, já tinha caído depois da investigação da PF que aponta para o
pagamento de propina na construção do Estádio da Fonte Nova, em Salvador.
Caixa dois
Na quinta-feira 10, mais uma notícia ruim para Haddad. O
promotor Luiz Henrique Dal Poz denunciou-o por caixa 2 na campanha de 2012.
Segundo delação de Ricardo Pessoa, da UTC, o tesoureiro do PT, João Vaccari,
lhe pediu R$ 2,6 milhões para o pagamento de gráficas da campanha do petista.
Se a Justiça aceitar a denúncia, o ex-prefeito vira réu por
falsidade ideológica.
Com Ciro
Diante da falta de alternativas próprias, cresce no PT a
possibilidade de vir a se aliar à candidatura de Ciro Gomes (PDT).
Principalmente constatada que essa também pode ser a alternativa
do PSB — ou pelo menos de parte do partido — depois da desistência de Joaquim
Barbosa. Aliados, PDT e PSB conseguem um tempo de propaganda equivalente ao do
PT.
Não havia no PT muita esperança de que tivesse sucesso o último
recurso de Lula, negado esta semana no STF. Mas vai caindo no partido a ficha
de que ele não sairá rapidamente da cadeia.
O partido também não consegue manter alta a mobilização em torno
dele, como imaginava.
Vai ficando difícil, assim, prosseguir na ideia da sua
candidatura. À coluna, um senador aliado de Lula comentou os riscos da
estratégia. Em agosto, Lula fará o registro da sua candidatura.
E tentará mantê-la até o limite máximo, em setembro. “Se
conseguir isso, quando a candidatura for trocada, haverá tempo, já que as
eleições são em outubro?”, perguntava o senador. Fica o PT — e os que
embarcarem na canoa com ele — reféns desse tempo.
O risco, diz o senador, é cada um nos estados ir tratando de
viabilizar suas próprias eleições apenas. E os eleitores resolverem fazer isso
também, buscando um nome entre as demais alternativas postas.
(Crédito:Cica
Neder)
Rudolfo Lago
Sobre o
autor
é diretor da
sucursal de Brasília da IstoÉ
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