Comprar,
comprar e comprar… O que leva as pessoas a fazerem tantas compras? Necessidade,
status, modismo, mas há também quem compre pelo simples prazer que esse ato
proporciona.
Essas
pessoas são chamadas de compradores compulsivos e representam 3% da população
brasileira, segundo o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São
Paulo.
Compulsão por compras: oniomania.
Entre
os sinais que identificam o comprador compulsivo estão a dificuldade de lidar
com o próprio dinheiro, os gastos desenfreados e o endividamento excessivo.
Mas,
como saber o limite entre o comportamento “normal” e a compulsão? De acordo com
a psicóloga Marisa de Abreu Alves, o critério para identificar a
patologia – também conhecida como oniomania – é perceber se há prejuízo
em alguma área da vida, seja ela financeira, pessoal ou social.
“Está comprando coisas que não pode pagar ou que
não terão a menor utilidade? Está deixando de fazer outras atividades saudáveis
para fazer compras? Seu armário tem mais coisas do que seria possível
armazenar?”, exemplifica Marisa.
A especialista
considera ato compulsivo quando:
1
-O pensamento aparece na mente de
forma intrusiva – ou seja, mesmo que a pessoa não queira pensar este pensamento
invade sua mente;
2
- A pessoa tenta neutralizar o
pensamento mas não consegue; ela se entrega ao ato compulsivo para obter
alívio, mas este alívio tem curta duração e logo ela precisa se entregar ao ato
novamente;
3-
O ato compulsivo causa sofrimento e
arrependimento, mas ainda assim a pessoa se sente compelida a repetir.
Tratamento para a oniomania.
O
primeiro passo – e talvez mais difícil – é ter consciência de que há um
problema e de que precisa de ajuda. Depois, é hora de buscar auxílio.
O
tratamento alia a psicologia à psiquiatria, uma vez que as compulsões
normalmente vêm associadas a transtornos de ansiedade ou à depressão, condições
que podem ter origem biológica e demandar medicação. No entanto, nem todo
paciente precisa tomar remédio.
Em
alguns casos, apenas a terapia resolve. Também é recomendado que a família
receba orientação psicológica, para entender o problema e saber apoiar o
paciente.
Alguns
hospitais possuem ambulatórios especializados em compulsões, como o Proad, no
Hospital Federal de São Paulo, e o Ambulatório de Jogo Patológico e Outros
Transtornos do Impulso (AMJO), do Hospital das Clínicas, também na capital
paulista.
A
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também oferece ajuda aos
compulsivos, através do Programa de Atendimento de Compradores
Patológicos.
Outra
opção são os grupos de apoio, como os Devedores Anônimos (DA), que podem servir
de ajuda complementar para quem tem necessidade de conhecer pessoas com
problemas semelhantes.
Compras por impulso
Segundo
uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 33,2% das compras feitas
por impulso e sem planejamento acontecem no supermercado, seguidas das compras
de roupas (19,2%) e de eletrônicos (13,2%).
O
índice é maior entre as mulheres (46,4%), as pessoas mais jovens (51,2%) e os
pertencentes às classes C, D e E (44,6%).
De
acordo com os entrevistados, as compras não planejadas são motivadas pela
necessidade de levar vantagem em suas escolhas e pela ansiedade de aproveitar
tudo na hora: 8 em cada 10 consumidores ouvidos admitem que as promoções os
levaram a realizar compras sem pensar.
Para
Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, os dados mostram que as
pessoas muitas vezes decidem a compra para aproveitar uma oportunidade, e não a
partir de uma análise sobre a sua efetiva necessidade.
Confira 4 Formas Infáliveis de Acabar com as
Compras por Impulso:
1.Pesquise
e compare preços. Nunca compre na primeira loja. Além
disso, cuidado com descontos milagrosos. Pesquise e compare valores em outros
estabelecimentos para saber se está fazendo um bom negócio ao comprar um produto
em uma liquidação;
2.Adie
a compra. Quando você gostar muito de algum
produto espere para comprá-lo no dia seguinte. Nesse espaço de tempo é possível
avaliar se você realmente precisa do item ou se é apenas um desejo passageiro;
3.Faça
listas. Liste os itens necessários antes de
ir ao supermercado e só compre o que estiver anotado;
4.Priorize
sonhos. Coloque no papel suas metas
pessoais, profissionais e financeiras. É muito mais fácil economizar quando
temos metas bem claras, pois elas servem de bússola para nossas atitudes e
decisões financeiras.
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Redação Dinheirama.
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